BOLÍVIA : CENTENAS DE CRIANÇAS AINDA TRABALHAM NA MINA DO DIABO.
Reproduzido de fotoantesedepois.com p/Cimberley Cáspio
foto:criançanãotrabalha1.blogspot.com.br
Com cerca de 4800 metros de altitude, o Cerro Rico pode ser observado a partir de quase qualquer ponto da cidade. A torre da igreja de San Francisco, um dos melhores miradouros de Potosí, proporciona uma notável perspectiva sobre o monte e os bairros periféricos habitados pelos mineiros.
O Cerro Rico – que alguém designou como “a montanha que engole homens” – chegou a ter seis centenas de minas em exploração, não estando abertas, atualmente, mais do que cento e vinte. Nelas trabalham diariamente quase sete mil mineiros, entre os quais algumas centenas de crianças, não obstante a interdição legal.
Pouco rentável, a exploração das minas foi sendo entregue na última década a cooperativas de mineiros que não detêm nem meios de investimento, nem crédito bancário para os equipamentos necessários. As condições de trabalho são, por consequência, extremamente difíceis, e o cenário em algumas delas não difere do que caracterizava a exploração das galerias nos tempos coloniais. Algumas das minas dessa época foram, aliás, reabertas, e delas se extrai uma mistura pobre de zinco, estanho e prata.
Não há luz eléctrica nem elevadores, nem sequer compressores de ar, o escoramento das galerias é precário e os métodos de extração assaz rudimentares. O ar é pesado e quase irrespirável. Por outro lado, não são raros os acidentes mortais provocados por desabamentos.